
O músico e comediante australiano Tim Minchin é um ateu militante. Mas surpreendeu a muitos ele dizer que participará de uma peça de teatro religiosa. O musical clássico Jesus Christ Superstar, que já virou filme em 1973, ganhou uma roupagem nova e deve estrear este ano nos palcos da Grã-Bretanha.
A cantora pop Mal C (ex-Spice Girls) já revelou que viverá Maria Madalena e o DJ Chris Moyles interpretará o rei Herodes. Mas o personagem central, Jesus, será escolhido através de um concurso de talentos na televisão este mês, onde os concorrentes vão competir para o papel principal no musical contando a história da última semana de Cristo.
Um grupo de jurados composto de celebridades convidadas e com a participação do público votando pelo telefone e pela internet escolherão o “novo Jesus”.
A turnê do espetáculo musical produzido por Lord Lloyd Webber e Tim Rice terá sua primeira apresentação na Arena O2 de Londres. Mas a ideia de usar um programa de televisão foi criticada por Tim, que escreveu as letras das músicas originais e algumas das novas e acredita que o ator do papel principal deveria ser convidado pelos produtores.
Ele acredita que os temas religiosos e políticos do musical podem parecer ridículos se forem usado em um show de talentos da televisão. Afirmou odiar a ideia de ver os jurados dizendo aos concorrentes: “Você poderia ser um bom Jesus” ou coisas do tipo.

Falando à Rádio BBC 4, Minchin disse que cresceu ouvindo as canções do musical e está feliz por fazer parte da nova versão. “Acho que já cantei essas canções na sala da minha casa, acompanhando a gravação de vinil da peça original, cerca de 500 vezes. Eu sempre imaginei que poderia fazer o papel de Judas… Eu adoro isso, porque é algo que fala apenas de dor e rock”. Ele negou ainda que vá pintar seus longos cabelos loiros e nem usará uma peruca.
O novo musical, seguirá a mesma linha que a peça original, montada pela primeira vez em 1969 por Webber e Rice. Maria Madalena será vista expressando seu desejo sexual por Jesus, o que provavelmente não chocará tanto o público de hoje como o fez 40 anos atrás.
Ao contrário do que muitos podem pensar, os líderes da igreja Anglicana, a religião oficial da Inglaterra, não estão condenando a peça como fizeram seus antecessores na década de 1970. Pelo contrário, muitos acreditam que ela pode ajudar os mais jovens a se interessarem em saber mais sobre a história de Jesus Cristo.
O bispo de Bradford, Nick Baines, declarou ao jornal The Telegraph: “musicais como Jesus Christ Superstar oferecem outra forma de atrair a imaginação popular e envolver uma nova geração com as perguntas sobre os evangelhos. Eles podem começar a falar sobre Jesus nos bares e em locais cheios de pessoas que não estão indo à igreja para falar sobre isso”.
Traduzido de Telegraph
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